5 dias até 10/11 (2º dia do Enem)
Termino de colorir o desenho com linhas tortas, no centro está eu e Bruno, minha paixonite de infância, o menino mais popular e desejado na turma do primeiro ano do ensino fundamental 1. No dia seguinte entrego o papel cheio de corações, o qual é interpretado como amizade pela professora (a mãe de Bruno).
Poucas semanas depois e algumas fofocas antes, o menino descobre que aqueles corações representavam algo mais precioso. Porém, para ele significava algo indesejado, um problema vindo da garota que sofria bullying das meninas populares. Chegou ao ponto dele não suportar nem ficar perto de mim, saindo correndo ao menor sinal.
Acordo suada novamente ao som de Absurd de Guns an' Roses, pelo visto pesadelos são meu novo hábito até o Enem se encerrar. Faço minha rotina matinal relembrando o sonho, que era real demais para ter sido 12 anos atrás, mas aceitando a cruel realidade novamente me preparo para a aula.
Ultimamente, meu kit sobrevivência pré-prova é composto por: livros de origem duvidosa no Telegram, Pokémon TCG Pocket, minha psicóloga (uma rainha que adiantou minha sessão devido uma crise de ansiedade), muita oração e uma aproximação inusitada. O nome do dito cujo é Gabriel (preconceitos baseados em nome são impossíveis de desassociar), meu colega de classe desde o ano passado.
A maior conversa que já tivemos foi tomando sorvete na nova sorveteria em frente ao shopping, no qual fica o colégio, que nenhum dos dois havia visitado ainda. Foi uma tarde agradável, assim que terminou a aula ele teve uma sessão com a psicóloga da escola, esperei por ele e fomos juntos atravessar a rua. Cada um montou o maior pote de sorvete possível e papeamos até terminar.
Só não esperava que ao sentar mais próxima dele, nossas conversas seriam mais frequentes, mais profundas e divertidas. Ele inclusive me ajudou depois de uma crise de ansiedade sem nem saber, me fazendo rir até minhas bochechas doerem. A nova tradição era sentarmos perto durante a aula da manhã, sentarmos perto durante o cursinho de noite e eu fazê-lo companhia até seu pai lhe buscar de carro.
4 dias até 10/11
Um anjo adentra em minha vida, olhos verdes rodeados por cachos dourados me encaram. O que eu achava que era fome por carinho e amor, na verdade, era fome por carne. Ele não respeitava limites, era agressivo em segredo e o maior mentiroso que conheci quando percebi a verdade. 11 meses gastos com uma pessoa que só queria dizer que perdeu a virgindade com a namorada, graças a Deus eu não esse gostinho para ele.
Acordo em um pulo súbito, com descrença no nível de pegadinhas que meu cérebro estava me pregando. Não acredito que me lembrei dele - Henrique José - mesmo quase 2 anos depois de todo sofrimento que passei, incluindo um estresse pós-traumático de brinde. O clássico romance de ensino médio, o garoto calado e a nerd da sala, o que poderia dar de errado? Muita coisas.
Essa desventura minha mãe apelidou de "namorico", uma expressão que significa namoro passeiro, na época eu enfrentava isso como um insulto, atualmente é um alívio. Caminho até o colégio pensando como o Gabriel conseguiu tirar um God Pack com apenas um dia de jogo em Pokémon TCG Pocket, fico revoltada por ainda não ter tido essa sorte.
3 dias até 10/11
Ano novo, cidade nova, vida nova. Só não contava que um menino de cabelos longos e pretos ia roubar minha paz, enquanto tentava preencher minhas feridas com sal. Minha "vida nova" foi perturbada em menos de 2 meses com fofocas ao meu respeito por toda a cidade, logo quando estava começando a gostar dessa fachada de menino bonzinho.
Levanto tentando esquecer do início de 2023, que me fez trocar de escola e passar por trauma logo após o outro. A única vantagem foi me livrar daquela escola que não preparava ninguém para a universidade, no máximo passavam em uma uniesquina da cidade. Assim que cheguei no Ômega (o colégio para o qual me transferi) me chamou a atenção um rosto sereno e quieto do outro lado da sala, na primeira carteira.
Como podia meu coração bater mais rápido logo depois do incidente recente? Esqueci disso apressadamente, ainda bem que recebi a notícia algum tempo depois de que ele namorava uma menina do 1º ano. Assim, consegui tratar ele como somente um colega de sala tímido e simpático.
Essas lembranças corroeram minha mente até de noite, quando me despedi de Gabriel em meio a chuva de verão após uma conversa.
2 dias até 10/11
Uma tela, 648 km e alguns estados de distância não me impedia de sonhar em conhecer o varão valoroso que pensei ter encontrado. Até que chegou o dia que Deus me pedir para renunciar ele e o desejo de fazer intercâmbio ao seu lado nos EUA, implorei para ser somente uma coisa da minha cabeça, mas meu Pai foi muito claro. Assim, fechei a porta que levava à pessoa a qual revelei todos os meus segredos.
Nem me dou mais ao trabalho de acordar assustada, já me julgaram o suficiente por cair na fantasia do web namoro, mas todo mundo erra né? Aprendi que a distância permite maior espaço para a imaginação e planos irreais, uma lição ainda bem fresca, saída do forno em julho (perto do meu aniversário de 18 anos).
Vou para a escola e não encontro meu parceiro de conversas paralelas, então me contendo com Julia e nossa discussão com o tema: se você tivesse 26 anos e estivesse namorando um vampiro, pediria para ele te transformar? Assim que percebo que tem algo estranho, mando uma mensagem para ele perguntando se estava tudo bem.
Adormeço me lembrando do dia em que estava no shopping com o Felipe (meu colega do trabalho voluntário, estávamos discutindo alguns detalhes administrativos), pouco tempo depois do dia da sorveteria. Gabriel apareceu de repente com uma calça cinza larga, uma blusa preta de banda de rock, seu headphone de sempre e o cabelo preto bagunçado.
Seu sorriso iluminou muito mais do que as lampadas fluorescentes do ambiente e seu genuíno interesse pelo que eu estava fazendo fez meu coração saltar. Após sua saída, Felipe alegou que ele estava dando em cima de mim, mas como isso seria possível se ele apenas estava sendo simpático, disse prontamente. Julia (que também participava do projeto) voltou do banheiro naquele momento e após ouvir o acontecimento concordou comigo.
1 dia até 10/11
Nessa noite, não sonhei.
Não sei se cheguei ao limite de minha ansiedade, só sei que o Bate Papo Jovem na igreja aquele dia foi o que me permitiu conseguir ir para casa com paz de espírito.
10/11
Chego em casa aos prantos depois do desastre do 2º dia do Enem, como pude ficar nervosa e errar questões tão fáceis de matemática? Fico indignada com meu desempenho medíocre na prova, choro até meus olhos secarem e meus pais me convencerem a tomar um banho, jantar e dormir.
Em minha cama, pego o celular para analisar as notificações e observo o nome do Gabriel, abro imediatamente.
Ao descobrir o motivo sombrio do sumiço de meu amigo começo a tremer, desço as escadas correndo e peço permissão à minha mãe para visitá-lo no hospital no dia seguinte.
11/11
Acordo prontamente ao som do alarme e corro para me arrumar, chego no hospital o mais rápido possível e encontro Gabriel em um estado melhor do que esperava. Ele estava sem aparelhos, estava levemente pálido, mas consciente. Corri para lhe dar um abraço e me assegurar de que ele ainda estava vivo.
O jovem estava soluçando sem parar, logo depois percebi no quarto a presença de sua mãe e avó no ambiente também, após me apresentar para elas não saí do lado dele. O Gabriel sempre foi uma pessoa gentil e doce, apesar de ser mais alto do que a média e ter um rosto fechado. Vê-lo tão frágil daquela maneira partiu meu coração, suas pupilas estavam dilatadas, sua voz arrastada devido à quantidade de remédios e ele andava igual um pinguim para ir ao banheiro.
Pouco tempo depois, a mãe dele foi embora e uma enfermeira apareceu pedindo para comprar um remédio, foi o único momento que me afastei dele. Caminhei depressa pelas ruas, esperando que aquela fosse a solução para o seu soluço.
Após chegar com o remédio, a avó dele foi almoçar e ele me pediu para deitar ao seu lado enquanto escolhíamos algo para assistir na TV. Mesmo estando doente e grogue, seu cheiro de almíscar com fundo amadeirado permanecia, como se tivesse passado um perfume inebriante.
Apoiei minha cabeça em seu ombro, inalando mais e aproveitando o contato. Ocasionalmente, Gabriel invertia as posições e seu cabelo fazia cosquinhas em meu pescoço. De repente, ele elogiou minha saia e não pude impedir a vermelhidão em meu rosto. Quando me dei conta, já havia passado 4 horas desde minha chegada e meu pai me ligou furioso para voltar para casa. Quando cheguei, li as mensagens de Gabriel agradecendo pela visita e dormi feliz.
12/11
Meu primeiro pensamento pela manhã é Gabriel, se ele havia passado a noite bem, se ele continuava tão dócil quanto um filhotinho de labrador e como encaixaria em minha rotina uma segunda ida ao hospital. Com o passar do dia, recebi a melhor notícia possível: ele havia recebido alta.
Assim, consegui focar mais na sessão de fotos da turma para a formatura do ensino médio, não que eu estivesse muito interessada. Me submeti a esse método de tortura moderno somente porque meus pais queriam as fotos. Ao chegar em casa, mandei uma mensagem para o Gabriel falando sobre como foi, para ele não se sentir tão excluído por não conseguir ir, mas me surpreendi ao me deparar com uma declaração de amor.
Penso que no fundo, já deveria estar esperando por algo do gênero. Porém, ler a concretização de uma teoria da conspiração que você já desconfiava continua sendo impactante.
MUITO impactante.
Como agir agora? E se tudo desmoronar igual das outras vezes? Ou pior... o fato dele pedir para eu não contar para ninguém deve significar que ele tem preocupações parecidas, ou seria vergonha de gostar de alguém como eu? Independentemente, as borboletas em meu estômago são quase tangíveis nesse momento.
Não é a primeira vez que experiencio isso, mas definitivamente não mudou nem um pouco a sensação. A adrenalina, o frio na barriga, a ânsia de chegar ao fundo desses sentimentos, não consigo imaginar como se cansar dessa sensação. A questão principal, no entanto, é como lidar com essa novidade.
Por fim, durmo sorrindo.
13/11
Me levanto pensando nas avaliações a frente, não sendo uma boa maneira de começar o dia. Mas ao pegar ao celular, vejo ele ali novamente.
Agora, além da preocupação com meus sentimentos, vem a angústia e o constante lembrete que essa vida tão doce quase se foi. Tenho fé absoluta que se não houvesse um propósito na vida dele, ele não estaria aqui agora, por isso oro para que ele encontre o Messias e quando chegar o momento certo possa ter um descanso merecido.
14/11
Não consigo impedir a ânsia de controlar a situação (como sempre), a impossibilidade de ir correndo até sua casa para finalmente conversarmos e terminar com a ansiedade é desgastante. Esse é um dos motivos por eu não entender certas normas sociais, se é para o bem comum e não tem danos, não deveria ser aceito?
No caminho para a psicóloga, converso com meu pai sobre meus próximos compromissos, incluindo ir à casa do Gabriel no sábado. Porém, ele pede que eu discuta com minha mãe também, a qual no momento está dormindo para esquecer da discussão da noite passada com meu pai sobre uma possível traição.
Não é a primeira vez, então decido somente esperar até amanhã com esperança de que ela acorde melhor. Finalmente, chego no consultório e adentro na sala de Juliana, sendo um alívio em meio a tempestade. Derramo todo o mar de sentimentos e acontecimentos da semana: o Enem, meus pais, ansiedade, culpa, invalidação...
Obviamente, não poderia deixar de citar o Gabriel, uma luz em meio a escuridão. A mulher em minha frente vibra na mesma frequência que eu, como na maioria das vezes, e acha fofo e sincero o gesto da declaração de amor. Concordo, pois atualmente isso é cada mais raro, não ter a necessidade de joguinhos mentais para disfarçar sentimentos pujantes é um refrigério.
Explico minha estratégia para sábado à Juliana, um plano detalhado incluindo cada palavra necessária iniciado no momento que percebi que não seria tão simples. Infelizmente, a vida não é um filme adolescente que os protagonistas se beijam no final e tudo acaba bem, se fosse assim eu não estaria na terapia né.
A abordagem de sábado inclue: momento de reflexão sobre os sentimentos, análise do contexto atual e suas causas e a resolução. As fases são simples, mas ter a compostura no momento é o mais importante, não posso agir impulsivamente e colocar o futuro dos dois em risco, com isso não se pode apostar.
Então, me contento em imaginar cenários mais felizes, realidades paralelas no multiverso em que tudo acaba bem independentemente dos fatores externos, melhor ainda quando tais fatores nem existem.
15/11
Um feriado no momento certo, perfeito para descansar do Enem e respirar antes de encontrar com Gabriel. Só não esperava acordar com o barulho do interfone e descobrir a visita surpresa de minha prima e seu esposo. Ainda bem que como são família posso descer, conversar um pouco e após o almoço me trancar no quarto para esquecer do mundo e dormir.
16/11
Chego no ambiente e me sinto em um chalé quentinho, sou recebida por uma família carinhosa. Logo Gabriel me conduz para seu quarto, tento absorver o máximo de cada detalhe possível, afinal dizem que o quarto reflete a mente de uma pessoa. Conversamos no início sobre futilidades, para acalmar ambos. Então, outra demonstração sincera de carinho:
- Quer deitar do meu lado? - Ele diz apreensivo.
- Claro! - Respondo feliz por ter essa oportunidade novamente, talvez a última devido à conversa que estamos evitando.
Me aconchego ao seu lado, é impressionante como tudo parece tão calculado: sua posição, seu calor, seu cheiro, sua respiração... se pudesse, guardaria esse momento em um potinho. Amor fati como dizem os estudiosos. Acabo com o instante eterno, me posiciono em frente aos seus olhos e inicio a conversa.
Após apresentar todos os fatores e argumentos, Gabriel concorda comigo que seria melhor simplesmente ignorarmos essa paixão, já que o futuro nesse momento para ambos é tão incerto. Então, ele complementa:
- Não queria um relacionamento sério também.
Me esforço para não pensar nas implicações dessa frase, pois com certeza não acabaria bem. O restante da tarde é seguida por Arcane e um café da tarde memorável, com certeza um dia quase perfeito, sem falar no presente que recebi: um café especial (meu amor ao café deve ser maior do que a Torre Eiffel).
17/11
Acordo com uma mensagem da pessoa que queria, mas ao iniciar a tarde, algo que não esperava: após meus inúmeros elogios, a família do Gabriel irá visitar minha igreja.
É tanta responsabilidade que fico extremamente animada e apreensiva, já pensando no que falar, como organizar as apresentações, para quem pedir ajuda... Desde o início estava feliz em poder ir no culto de domingo após 2 semanas, mas agora com uma família vindo por recomendação minha a história mudou.
Coloquei um vestido novo, usei uma maquiagem que não havia tentado antes, espirrei meu melhor perfume. Tudo ao meu controle estava perfeito e, no fundo, esperava que Gabriel me elogiasse, já que seria a primeira vez que me veria tão arrumada. Lembrei com carinho do elogio simples que ele fez a minha saia no hospital, sorrindo para o vento.
Porém, não foi como planejado, novamente minha mente colocou a carroça na frente dos bois. Minha esperança de dar uma recepção calorosa, ao contrário da Metodista Central, se esvaiu quando vi de canto de olho eles indo embora. Pensei em cumprimentá-los por um momento, mas ao observar a pressa neles decidi continuar fingindo que não percebi nada.
Um tempo depois, Gabriel voltou sozinho para se despedir de mim, falando que tinham que ir embora rápido e pedindo desculpas. As dúvidas preencheram minha cabeça: será que eles não gostaram do culto? Será que foi culpa minha? Será que não foi como esperado? Será que não se sentiram confortáveis? E mais mil e uma possibilidades. Como cereja do bolo, a pergunta: por que o Gabriel não me elogiou?
Apesar do turbilhão interno, fingi normalidade e mandei mensagens como se nada tivesse sido inesperado.
18/11
Acordo ansiosa com a possibilidade de rever Gabriel na escola, porém já devia esperar que a preguiça ia ganhar nessa batalha e ele não iria. Usei o dia para recapitular tudo e percebi que estava confortável demais, exagerada demais, eu mesma demais. Para completar minhas especulações, minha mãe fez o fatídico comentário: "Não sufoque o Gabriel tá filha?", sem nem saber de todos os acontecimentos, áudios, conversas...
Estava caminhando para o erro de novo, o caminho que falei que não iria trilhar novamente para escapar do sofrimento excruciante que sempre perfurava minha alma quando TUDO dava errado no final. A verdade suprema ecoando em minha mente novamente: você estragará tudo de novo, no final é tudo sua culpa.
Nem diversas colheradas no doce de leite com maracujá me fizeram duvidar das vozes, já estava praticamente escrito em pedra o que iria ocorrer adiante: iria chorar diariamente durante meses, até conseguir esquecer momentaneamente que essa paixão já existiu. Foco na palavra "momentaneamente", basta uma única palavra às vezes para liberar todas as memórias de novo e de novo, até uma pseudo cicatrização acontecer.
Porém, nunca cicatriza de verdade e acho que será sempre assim. Querendo ou não, indivíduos são mosaicos de experiências e pessoas que encontramos no caminho, mas no meu caso, alguns fragmentos quebrados desse vitral me cortam e ficam manchados de sangue permanentemente.
A mancha é um lembrete do erro, um recado de como estraguei tudo novamente.
Durmo com o gosto de bile em minha boca.
19/11
Acordo animada, sabendo que Gabriel com certeza irá na escola hoje, porém sigo tentando agir com normalidade. Chego na sala e escaneio discretamente para ver onde está sentado, o localizo no fundo da sala ao lado da parede como de costume e me sento na primeira carteira da mesma fileira.
Cumprimento os colegas e entrego os papeis das avaliações para o Gabriel com um bom dia, o qual agradece enquanto volto para o meu lugar. Durante o recreio, meu primo me entrega uma rosquinha doce, a qual está divina e logo penso em compartilhá-la com algumas pessoas, por fim guardando 1/4 para o menino que não sai de minha mente.
Ando rapidamente pelos corredores até a sala e sento ao lado de Gabriel ao entregar o doce. Ele sorri e agradece, perguntando de onde era, explico para ele e continuamos a conversar até o final do intervalo. O dia prossegue sem problemas, até chegar o momento em que começo a me arrumar para ir na sessão da Câmara Municipal e dúvidas percorrem a minha mente novamente ao perceber que não mandei nenhuma mensagem para ele hoje.
Será que mando uma foto? Peço para ele adivinhar aonde estou indo?
Fico quase uma hora me perguntando o que seria melhor fazer, até chegar a conclusão que seria melhor não o sufocar. Contudo, ao dormir pensando nele fico duvidando se foi a escolha certa.
20/11
Acordo cansada pela agitação do dia anterior, atualizo minhas redes sociais a contra gosto, pois sei que é necessário, mas ao ver um vídeo interessante não resisto e envio para o Gabriel no Instagram. Saio de casa para fazer uma limpeza de pele com uma prima que não conheço e ao retornar vejo que ele me respondeu, depois recebo uma mensagem dele no Whatsapp, a qual respondo prontamente.
Porém, dúvidas de como agir e o que fazer ainda me corroem. Será que deveria me afastar para esquecê-lo de vez, mesmo tendo prometido não o fazer? A ideia desaparece rapidamente, minha palavra não po
de ser tão vã assim, mas ainda tenho que descobrir uma maneira de impedir esses sentimentos indesejados.
Epílogo
Afinal de contas, o tempo é realmente o melhor remédio.